Sustentabilidade
Além dos aspectos relativos à segurança, nutrição e saúde humana, a agricultura orgânica tem muitas repercussões e interfaces relevantes que comumente não são discutidas de forma objetiva. Entre elas estão aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos. Embora o foco do Longety seja saúde, a comunidade na qual vivemos e o meio ambiente são parte essencial da nossa vida. É importante que os consumidores conheçam estes outros aspectos para fazerem escolhas individuais conscientes e contribuírem em discussões e políticas públicas.
No Brasil, 70% dos produtos agropecuários vem de produtores familiares, mas apenas 2% da produção é orgânica.
Por não usar agrotóxicos e fertilizantes químicos a produção orgânica contribui menos do que a convencional para a poluição ambiental nas áreas cultivadas e adjacentes, contribuindo para a preservação da biodiversidade local, além de oferecer menor risco de contaminação aos trabalhadores. Duas meta-análises publicadas na última década avaliando muitos estudos apoiam uma maior abundância de espécie terrestres de animais (vertebrados e invertebrados) e plantas em áreas de cultivo orgânico quando comparadas a áreas de cultivo convencional. Estes estudos ainda sustentam que os solos de agricultura orgânica são mais ricos em matéria orgânica e sofrem menos perda de nutrientes. Contudo, este acúmulo de matéria orgânica compromete mais comumente a água de lagos e rios devido à eutrofização – proliferação excessiva de plantas e algas que reduzem a concentração de oxigênio na água – e pode comprometer ecossistemas aquáticos.
Outros aspectos das práticas orgânicas que potencialmente impactam o ambiente tem efeitos menos avaliados e documentados cientificamente. A leitura de muitos estudos científicos demonstra uma significativa heterogeneidade de efeitos em estudos isolados sobre orgânicos versus convencionais, a ponto de autores concluírem que não existe uma agricultura orgânica apenas.
Cultivos orgânicos tem menor rendimento por área cultivada do que convencionais. Esta diferença repercute no custo de produtos orgânicos, de forma mais ou menos significativa, podendo tornar alimentos mais saudáveis menos acessíveis para populações de menor renda. Ainda assim, como já discutimos nesta série, o consumo de alimentos orgânicos da estação e a compra de produtores locais normalmente não apenas reduz o eventual custo como ainda traz benefícios nutricionais e sociais.
Por outro lado, um aspecto social importante do cultivo orgânico é o respeito à integridade cultural das comunidades rurais e a manutenção delas no campo. A agricultura orgânica utiliza menos equipamentos e por isso envolve mais mão de obra, mantendo a população que vive fora dos centros urbanos com renda.
Numa perspectiva mais ampla, o crescimento da população mundial representa um enorme desafio para a sustentabilidade da produção de alimentos e ecossistemas envolvidos. Embora o percentual da população em condição de miséria tenha reduzido nas ultimas décadas em países como o Brasil, no mundo mais de 1 bilhão de pessoas ainda são mal-nutridas. É importante considerar que a agricultura convencional ainda parece ser a opção mais efetiva para mudar este cenário em larga escala mais rapidamente.
É necessário que se aprofunde e avalie estratégias práticas para incorporar aspectos da produção orgânica no combate à miséria e no desenvolvimento sustentável em larga escala. Iniciativas que capacitem e amparem populações vulneráveis no desenvolvimento de formas de sustento e desenvolvimento econômico aliadas à práticas sustentáveis para o ambiente vem sendo desenvolvidas e estão, por exemplo, dentre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. Muitas iniciativas locais e voluntárias tem trabalhado nestes aspectos e você certamente pode contribuir.
Principais pontos:
- A agricultura orgânica tem impactos sociais, culturais e econômicos que devem ser considerados nas escolhas de consumo.
- A agricultura orgânica polui menos o ambiente, contribuindo para a preservação da biodiversidade local.
- Os solos de agricultura orgânica sofrem menos perda de nutrientes.
- Cultivos orgânicos tem menor rendimento, o que pode repercutir em maior custo de produtos orgânicos.
- Evite os custos maiores consumindo alimentos locais e na estação.
- A agricultura orgânica respeita a integridade cultural das comunidades rurais e estimula a manutenção delas no campo.
- A agricultura orgânica utiliza menos equipamentos e por isso envolve mais mão de obra.
- A escalabilidade da agricultura orgânica para combater a fome e a miséria é um tema de debate em desenvolvimento.
Os outros posts desta série incluem:
#1 – o que são orgânicos
#2 – nutrientes e resíduos tóxicos em relação a alimentos convencionais
#3 – alimentos locais e o impacto do transporte nos nutrientes
#4 – efeitos na saúde
#6 – AS LISTAS
Comente, queremos muito ouvir você <3
Referências bibliográficas e fontes de informação consultadas para elaboração de todos os posts desta série:
Food for thought (2014). Nature, 17;511(7509):264. doi: 10.1038/511264a.
Food: The growing problem (2010). Nature, 29;466(7306):546-7. doi: 10.1038/466546a.
Alves AC, Santos AL, Azevedo (2012). Agricultura orgânica no Brasil: sua trajetória para a certificação compulsória. Revista Brasileira de Agroecologia Rev. Bras. de Agroecologia. 7(2): 19-27.
American Academy of Pediatrics (2012). Organic Foods: Health and Environmental Advantages and Disadvantages. American Academy of Pediatrics Committee on Nutrition and Council on Environmental Health; e1406 -e1415. DOI: 10.1542/peds.2012-2579. Disponível em: pediatrics.aappublications.org/content/130/5/e1406
Bahadoran Z, Mirmiran P, Azizi F (2013). Dietary polyphenols as potential nutraceuticals in management of diabetes: a review. Journal of Diabetes & Metabolic Disorders, 12:43.
Barański M, Rempelos L, Iversen PO, Leifert C. (2017). Effects of organic food consumption on human health; the jury is still out! Food & Nutrition Research, 61(1), 1287333. doi:10.1080/16546628.2017.1287333
Barański, M., Średnicka-Tober, D., Volakakis, N., Seal, C., Sanderson, R., Stewart, G. B., … Leifert, C. (2014). Higher antioxidant and lower cadmium concentrations and lower incidence of pesticide residues in organically grown crops: a systematic literature review and meta-analyses. British Journal of Nutrition, 112(05), 794–811. doi:10.1017/s0007114514001366
Benbrook, C. (2013). Are Organic Foods Safer or Healthier? Annals of Internal Medicine, 158(4), 296. doi:10.7326/0003-4819-158-4-201302190-00017
Bengtsson J, Ahnström J, Weibull AC (2005). The Effects of Organic Agriculture on Biodiversity and Abundance: A Meta-Analysis Source: Journal of Applied Ecology, 42(2):261-269
Bouchard M et al. (2011). Prenatal Exposure to Organophosphate Pesticides and IQ in 7-Year Old Children. Environmental Health Perspectives, 119(8):1189-1195.
Brandt, K., Leifert, C., Sanderson, R., & Seal, C. J. (2011). Agroecosystem Management and Nutritional Quality of Plant Foods: The Case of Organic Fruits and Vegetables. Critical Reviews in Plant Sciences, 30(1-2), 177–197. doi:10.1080/07352689.2011.554417
Brandt, K., Średnicka-Tober, D., Barański, M., Sanderson, R., Leifert, C., & Seal, C. (2013). Methods for Comparing Data across Differently Designed Agronomic Studies: Examples of Different Meta-analysis Methods Used to Compare Relative Composition of Plant Foods Grown Using Organic or Conventional Production Methods and a Protocol for a Systematic Review. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 61(30), 7173–7180. doi:10.1021/jf4008967
California Department of Pesticide Regulation, Pesticide Residues on Fresh Produce. 2015. Disponível em cdpr.ca.gov/docs/enforce/residue/resi2015/rsfr2015.htm
Censo Agropecuário Brasileiro 2006 https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv61914.pdf
Center for Health and the Global Environment – Harvard University. Disponível em: – https://chge.hsph.harvard.edu/
Chiu YH (2018). Comparison of Questionnaire-Based Estimation of Pesticide Residue Intake from Fruits and Vegetables with Urinary Concentrations of Pesticide Biomarkers. Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology, January 2018; 28(1):31-39. DOI: 10.1038/jes.2017.22
Chiu YH et al. (2015). Fruit and Vegetable Intake and Their Pesticide Residues in Relation to Semen Quality Among Men from a Fertility Clinic. Human Reproduction, 2015; 30(6):1342-1351.
Chiu YH et al. (2016). Intake of Fruits and Vegetables with Low-to-Moderate Pesticide Residues Is Positively Associated with Semen-Quality Parameters Among Young Healthy Men. Journal of Nutritional Epidemiology, 146:1084-92.
Chiu YH et al. (2018). Association Between Pesticide Residue Intake from Consumption of Fruits and Vegetables and Pregnancy Outcomes Among Women Undergoing Infertility Treatment With Assistance Reproductive Technology. JAMA Internal Medicine, 2018. DOI: 10.1001/amainternmed.2017.5038. jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2659557\
Chiu, Y.-H., Williams, P. L., Gillman, M. W., Gaskins, A. J., Mínguez-Alarcón, L., … Souter, I.. Association Between Pesticide Residue Intake From Consumption of Fruits and Vegetables and Pregnancy Outcomes Among Women Undergoing Infertility Treatment With Assisted Reproductive Technology. JAMA Internal Medicine, 2018; 178(1), 17. doi:10.1001/jamainternmed.2017.5038
Committee on Pesticides in the Diets of Infants and Children, Board on Agriculture and Board on Environmental Studies and Toxicology, National Research Council US (1993). Pesticides in the diets of infants and children. Disponível em: ers.usda.gov/data/foodconsumption
Cox S, Niskar AS, Narayan KM, Marcus M (2007). Prevalence of self-reported diabetes and exposures to organochorine pesticides amonf Mexican Americans: Hispanic health and nutrition examination survey, 1982-1984. Environ Health Perspect. 2007; 115:1747-1752.
Crowder, D. W., & Reganold, J. P. (2015). Financial competitiveness of organic agriculture on a global scale. Proceedings of the National Academy of Sciences, 112(24), 7611–7616. doi:10.1073/pnas.1423674112
Curl CL, Beresford SAA, Fenske RA, Fitzpatrick AL, Lu C, Nettleton JA, Kaufman JD. (2015). Estimating Pesticide Exposure from Dietary Intake and Organic Food Choices: The Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Environmental Health Perspectives. doi:10.1289/ehp.1408197
Engel SM et al. (2011). Prenatal Exposure to Organophosphates, Paraoxonase 1, and Cognitive Development in Childhood. Environmental Health Perspectives, 2011; 119(8):1182-1188.
Environmental Working Group ewg.org/
Evangelou E, Ntritsos G, Chondrogiorgi M, Kavvoura FK, Hernández AF, Ntzani EE, Tzoulaki I. (2016). Exposure to pesticides and diabetes: A systematic review and meta-analysis. Environment International, 91, 60–68. doi:10.1016/j.envint.2016.02.013
Fellers CR, Stepat W (1935). Effect of shipping, freezing and canning on the ascorbic acid (vitamin C) content of peas. Proc. Am. Soc. Hort. Sci. 32: 627-633.
Forman J, Silverstein J (2012). Organic Foods: Health and Environmental Advantages and Disadvantages. Pediatrics, 130(5), e1406–e1415. doi:10.1542/peds.2012-2579
Hole, D. G., Perkins, A. J., Wilson, J. D., Alexander, I. H., Grice, P. V., & Evans, A. D. (2005). Does organic farming benefit biodiversity? Biological Conservation, 122(1), 113–130. doi:10.1016/j.biocon.2004.07.018
Howard L, Wong A, Perry A, Klein B (1999). β-carotene and ascorbic acid retention in fresh and processed vegetables. J. Food Sci. 64: 929-936.
http://www.mma.gov.br/seguranca-quimica/convencao-de-estocolmo
Hunter KJ, Fletcher JM (2002). The antioxidant activity and composition of fresh, frozen, jarred and canned vegetables. Innovative Food Sci. Emerg. Technol. 3: 399-406.
Hunter, D., Foster, M., McArthur, J. O., Ojha, R., Petocz, P., & Samman, S. (2011). Evaluation of the Micronutrient Composition of Plant Foods Produced by Organic and Conventional Agricultural Methods. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 51(6), 571–582. doi:10.1080/10408391003721701
Kesse-Guyot E, Péneau S, Méjean C, Szabo de Edelenyi F, Galan P, Hercberg S, Lairon D. (2013). Profiles of Organic Food Consumers in a Large Sample of French Adults: Results from the Nutrinet-Santé Cohort Study. PLoS ONE, 8(10), e76998. doi:10.1371/journal.pone.0076998
Lee DH, Lee IK, Jin SH, Steffes M, Jacobs DR Jr (2007). Association between sérum concentrations of persistente organic pollutants and insulin resistance among non-diabetic adults: results from the National Health and Nutrition Examination Survery, 1999-2002. Diabetes Care 2007; 30: 622-628.
Lee DH, Lee IK, Song K et al. (2007). A Strong dose-responde relation between sérum concentrations of persistente organic pollutants and diabetes: results from the National Health and Examination Survey 1999-2002. Diabetes Care, 2006; 29:1638-1644
Lee, K. S., Choe, Y. C., & Park, S. H. (2015). Measuring the environmental effects of organic farming: A meta-analysis of structural variables in empirical research. Journal of Environmental Management, 162, 263–274. doi:10.1016/j.jenvman.2015.07.021
Lei orgânicos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.831.htm
Leifeld, J. (2012). How sustainable is organic farming? Agriculture, Ecosystems & Environment, 150, 121–122. doi:10.1016/j.agee.2012.01.020
Meier, M. S., Stoessel, F., Jungbluth, N., Juraske, R., Schader, C., & Stolze, M. (2015). Environmental impacts of organic and conventional agricultural products – Are the differences captured by life cycle assessment? Journal of Environmental Management, 149, 193–208. doi:10.1016/j.jenvman.2014.10.006
Ministério Agricultura, Pesca e Abastecimento do Brasil (2016). Orgânicos. Disponível em: agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos
Mondelaers, K., Aertsens, J., & Van Huylenbroeck, G. (2009). A meta‐analysis of the differences in environmental impacts between organic and conventional farming. British Food Journal, 111(10), 1098–1119. doi:10.1108/00070700910992925
Munyaka, A. W., Makule, E. E., Oey, I., Van Loey, A., & Hendrickx, M. (2010). Thermal Stability of l-Ascorbic Acid and Ascorbic Acid Oxidase in Broccoli (Brassica oleracea var. italica). Journal of Food Science, 75(4), C336–C340. doi:10.1111/j.1750-3841.2010.01573.x
Nagarajan N, Hotchkiss J (1999). In vitro inhibition of N-nitrosomorpholine formation by fresh and processed tomatoes. J. Food Sci. 64: 964-967.
National Report on Human Exposure to Environmental Chemicals – CDC. Disponível em: https://www.cdc.gov/exposurereport/index.html
Niggli, U. (2014). Sustainability of organic food production: challenges and innovations. Proceedings of the Nutrition Society, 74(01), 83–88. doi:10.1017/s0029665114001438
Organização das Nações Unidas (2015). Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods2
Pretty, J. (2008). Agricultural sustainability: concepts, principles and evidence. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 363(1491), 447–465. doi:10.1098/rstb.2007.2163
Rauh V et al. (2011) 7-Year Neurodevelopmental Scores and Prenatal Exposure to Chlorpyrifos, A Common Agricultural Pesticide. Environmental Health Perspectives; 119(8):1196-1201.
Rickman JC, Barrett DM, Bruhn CM (2007). Nutritional comparison of fresh, frozen and canned fruits and vegetables. Part 1. Vitamins C and B and phenolic compounds. J. Sci. Food Agric.
Rickman JC, Bruhn, CM, Barrett DM (2007). Nutritional comparison of fresh, frozen, and canned fruits and vegetables. II. Vitamin A and carotenoids, vitamin E, minerals and fiber. J. Sci. Food Agric.
Seufert, V., Ramankutty, N., & Foley, J. A. (2012). Comparing the yields of organic and conventional agriculture. Nature, 485(7397), 229–232. doi:10.1038/nature11069
Smith-Spangler, C., Brandeau, M. L., Hunter, G. E., Bavinger, J. C., Pearson, M., Eschbach, P. J., Bravata, D. M. (2012). Are Organic Foods Safer or Healthier Than Conventional Alternatives? Annals of Internal Medicine, 157(5), 348. doi:10.7326/0003-4819-157-5-201209040-00007
Szkudelski T, Szkudelska K (2011). Anti-diabetic effects of resveratrol. Ann NY Acad Sci, 1215:34–39.
Tilman, D., Cassman, K. G., Matson, P. A., Naylor, R., & Polasky, S. (2002). Agricultural sustainability and intensive production practices. Nature, 418(6898), 671–677. doi:10.1038/nature01014
Tuomisto, H. L., Hodge, I. D., Riordan, P., & Macdonald, D. W. (2012). Does organic farming reduce environmental impacts? – A meta-analysis of European research. Journal of Environmental Management, 112, 309–320. doi:10.1016/j.jenvman.2012.08.018
Tuomisto, H. L., Hodge, I. D., Riordan, P., & Macdonald, D. W. (2012). Does organic farming reduce environmental impacts? – A meta-analysis of European research. Journal of Environmental Management, 112, 309–320. doi:10.1016/j.jenvman.2012.08.018
S. Department of Agriculture, Economic Issues in the Coexistence of Organic, Genetically Engineered (GE), and Non-GE Crops. Economic Research Service, 2016. Disponível em www.ers.usda.gov/webdocs/publications/eib149/56750_eib-149.pdf
USDA, Pesticide Data Program. Agricultural Marketing Service. Disponível em ams.usda.gov/datasets/pdp
(2005). USDA nutrient database for standard reference, Release 18. U.S. Dept. of Agriculture, Agricultural Research Service, Washington, D.C.
Weits, J., van der Meer, M.A., Lassche, J.B., Meyer, J.C., Steinbuch, E., and Gersons, L. (1970). Nutritive value and organoleptic properties of three vegetables fresh and preserved in six different ways. Intl. J. Vit. Res. 40: 648-658.